O grande pacifista Mahatma Ghandi dizia que “a vitória alcançada pela violência é o equivalente a uma derrota, pois é passageira”. O que aconteceu hoje na Câmara foi uma grande violência contra a Constituição e contra o nosso País. A começar pela posição do presidente da Câmara, réu no STF por envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Assim como os parlamentares sob seu controle direto (a maioria dos quais igualmente implicados em denúncias de corrupção), Eduardo Cunha não tem legitimidade alguma para conduzir um processo de impedimento – tão ilegítimo quanto pela completa ausência de fundamentos jurídicos –, da presidenta Dilma, mulher honrada que dedicou sua vida à luta a favor das liberdades democráticas.
O momento é difícil, mas não é hora de baixarmos a cabeça. Nossa convicção é de que, como diz a frase do líder indiano, a vitória dos golpistas será passageira, justamente porque foi alcançada pela violência institucional. E será passageira também porque nossa luta continuará. Tanto nas batalhas que se seguirão no Senado e no STF, que poderão reverter a decisão de hoje; quanto na mobilização das ruas e avenidas, que tem enchido o Brasil de esperança nos últimos meses e se transformou em nossa mais forte barricada contra o avanço da direita e contra o golpe parlamentar em curso. E, mais ainda, na permanente resistência contra a redução de direitos, contra a desconstrução de garantias trabalhistas, contra o retrocesso nas políticas sociais e contra a entrega do patrimônio nacional ao capital estrangeiro, em particular do pré-sal, que são os verdadeiros alvos dos que querem agora usurpar o governo.
Seguimos confiantes na capacidade de resistência do povo brasileiro.