Os festejos juninos e as comemorações populares, em 29/06, em homenagem a São Pedro dos pescadores no Mucuripe, em Fortaleza, foram tema do Balanço na Rede, programa da deputada federal Luizianne Lins (PT/CE) no Youtube, nesta semana. “Que saudade do São João. Pelo menos quando a gente governava Fortaleza nós tínhamos O São João”, afirmou a ex-prefeita da capital cearense.
A parlamentar também comentou alguns fatos da semana: a escolha do general Braga Neto para vice de Bolsonaro; o escândalo de corrupção no Ministério da Educação (MEC), com a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro por envio de verbas a prefeituras, intermediado por pastores evangélicos; a provável instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC; a consolidação da liderança de Lula nas pesquisas de intenção de votos, com grande possibilidade de vitória no primeiro turno; o caso da atriz Klara Castanho, que teve exposta sua gravidez por estupro e posterior entrega para adoção da criança; e também o caso da criança de 11 anos, estuprada e impedida de interromper a gravidez.
“Precisamos, além de uma vitória eleitoral, garantirmos uma vitória política para Lula, tendo em vista as ameaças de golpe por parte de Bolsonaro”, ressaltou a deputada, que também é membro da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, destacando os drásticos cortes (40% do orçamento) de verbas na educação e na ciência promovidos pelo desgoverno Bolsonaro. “Eles odeiam a educação porque a educação torna as pessoas capazes de refletir e ter pensamento crítico sobre a vida, conscientes do seu próprio destino”, salientou. Luizianne homenageou ainda o cantor, compositor e ex-ministro da Cultura no Governo Lula, Gilberto Gil, pelos seus 80 anos.
A parlamentar lamentou que, nas últimas gestões municipais em Fortaleza, o apoio público à realização dos festejos juninos na cidade reduziu bastante. Com Luizianne prefeita (2005-2012), houve uma completa mudança na sistemática de apoio às quadrilhas e festivais de São João. “Nós organizamos, tornamos totalmente público e democrático o acesso dos grupos de quadrilhas e organizadores de festivais dos bairros aos recursos públicos, por meio de editais. Também fizemos o Arraiá da Cidade na Praça do Ferreira [depois do Mercado dos Pinhões]. Eram cerca de 130 grupos de quadrilha apoiados pela Prefeitura. Pela primeira vez, a juventude que dança quadrilha se sentiu acolhida pelo poder público”, lembra Luizianne, enfatizando ainda que foi na sua gestão que foram criadas as Secretarias do Turismo e da Cultura de Fortaleza.
No último dia 29/06, Luizianne dedicou o programa ao Dia do Pescador e da Pescadora, ao povo do mar, e também aos festejos de São Pedro, no Mucuripe, em Fortaleza. Festa que, durante sua gestão na Prefeitura, se tornou o primeiro patrimônio imaterial da cidade, bem como houve o tombamento da Igrejinha de São Pedro (Capela de Nossa Senhora da Saúde) no Mucuripe como patrimônio material. Ela destacou a importância da pesca no Ceará e ainda em Fortaleza, tendo em vista o extenso litoral do estado. Só a capital tem 32 quilômetros de litoral, do Caça e Pesca à Barra do Ceará. Salientou ainda a importância da pesca artesanal para o respeito à natureza, em especial o período de defeso, quando as espécies marinhas se reproduzem, principalmente no caso da lagosta.
Luizianne lamentou que no desgoverno Bolsonaro a situação dos/as pescadores artesanais tenha piorado. “Esse é o governo dos empresários, do lobby, que desrespeito o meio ambiente. Desde 2019 mais de 67 mil pescadores artesanais tiveram o cadastro suspenso no retro geral de atividades pesqueiras e 39 mil tiveram seu registro cancelado. Mas muitos ainda resistem e seguem disputando espaço com a pesca industrial e predatória. Quando fui prefeita de Fortaleza, colaboramos com vários núcleos de pescadores artesanais na cidade. Na Vila do Mar, no Pirambu, reformamos a capatazia dos pescadores e juntamente com a associação de pescadores criamos uma biblioteca”, assinalou, destacando a resistência dos/as pescaores e moradores do Mucuripe à especulação imobiliária. “Resistência, minha gente, nós estamos com vocês”, disse.
O Balanço na Rede convidou para um bate papo a pescadora artesanal, educadora física, massoterapeuta e cineasta Sidnéia da Silva, da praia de Redonda, em Icapuí, primeira cidade governada pelo PT no Brasil. “Tenho a vida que pedi a Deus. Eu respiro o ar que vem do mar. Não escolhi ser pescadora, foi o mar que me escolheu. É muito gratificante para mim ajudar outras mulheres pescadoras. Meu pai criou 15 filhos por meio da pesca. Ele não queria me levar para pescar, aí com 10 anos eu disse: ou você me leva ou eu vou com outros pescadores. Ele cedeu e eu comecei puxando manzuá [gaiola de pesca artesanal]. Eu nem enjoei em alto mar. Inclusive, estou fazendo uma vaquinha online para comprar um barco, perdido depois que meu pai faleceu”, conta a ainda pescadora.
Assista aos programas Balanço na Rede na íntegra: