A deputada federal Luizianne Lins (PT/CE) manifestou publicamente seu apoio à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC) no Senado. “Estamos aqui em frente ao plenário do Senado Federal, no qual com 32 assinaturas, foi protocolado o requerimento de instalação da CPI do MEC. A investigação tem todo o sentido a partir da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que foi descoberto fazendo maracutaia, ou seja, desviando os recursos da educação, especificamente a prefeitura ou projetos ligados diretamente aos pastores ligados ao ex-ministro”, afirmou a parlamentar.
Para ele, trata-se de um escândalo. “É um absurdo a gente imaginar que a educação brasileira, que já está tão sofrida, tão doída, ainda perde recursos para poder favorecer esquemas de um ministro que, muitas vezes, usou a fé das pessoas para poder fazer desvios, fazer coisas ilegais, para prejudicar a educação pública brasileira. Então, nós apoiamos a CPI do MEC e acreditamos que será fundamental a gente saber que estava por trás desse esquema criminoso que tirou dinheiro da nossa educação”.
O movimento pela instalação da CPI ganhou força após a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro pela Polícia Federal. Detido no dia último dia 22/06, ele foi liberado no dia seguinte por decisão da Justiça. Ribeiro deixou a pasta em março, após admitir que o Poder Executivo priorizava o repasse de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeituras indicadas pelos pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura. Segundo a imprensa, o presidente Jair Bolsonaro “tem medo” de eventuais declarações de Milton Ribeiro, Gilmar Santos e Arilton Moura. Por isso, ele estaria tentando interferir no inquérito da Polícia Federal. Inclusive, já é de conhecimento de todos/as áudio do próprio Milton Ribeiro afirmando que o presidente da República interveio, de forma clara, para impedir que a investigação avançasse.