Estreou na última quarta-feira, 01/06, o novo programa da deputada federal Luizianne Lins (PT/CE) no seu canal no YouTube: Balanço na Rede. A proposta é ser um programa bem cearense e leve, falando um bom “cearencês”, como afirmou Luizianne no início do programa. O tema desta semana, nos dias 01, 02 e 03/06, sempre às 11h, foi “Viver é melhor que postar”, parafraseando a música de Belchior: “Viver é melhor que sonhar”.
Para a deputada, o Balanço na Rede é um programa sobre a vida. “Vamos falar sobre tudo, sobre a vida. A vida é tudo, ninguém pode compartimentá-la”. E lançou a pergunta para espectadores: “Viver é melhor que postar? Postar é viver? Viver é postar?”. Na estreia, foram convidados: o psicanalista e doutor em Psicologia Leonardo Goldberg, autor do livro “O sujeito na era digital: ensaio sobre psicanálise, pandemia e história” (Almedina, 2021); e a artista musical, cantora Vannick Belchior, filha do compositor e cantor cearense Antônio Carlos Belchior, de quem Luizianne é fã.
Luizianne enfatizou que a vida tem que ser vivida da forma mais intensa que as possam vivê-la, que queiram viver. Ainda que, não fosse a tecnologia, o isolamento na pandemia dos últimos dois anos teria sido muito maior. “Mas, por outro lado, não adianta postar o que não se vive, fazer todo um esforço para fazer parecer uma situação em que você não está, ou parecer feliz num momento em que você não está feliz. Ou seja, muitas pessoas fizeram das redes sociais uma máscara. E temos que ter muito cuidado porque essa máscara pode estar camuflando a própria vida. E a vida precisa ser intensamente vivida”, assinala, acrescentando que é necessário postar, mas postar a realidade. “É isto que a gente quer: cada vez mais verdade, mesmo na era digital, mesmo com as novas tecnologias”.
A parlamentar e ex-prefeita de Fortaleza destacou ainda que o Balanço na Rede também contará com conversas sobre a conjuntura política, pois, segundo ela, 2022 vai ser um ano eleitoral muito desafiador. “Estamos vivendo um momento de muitas trevas no Brasil e, no Balanço na Rede, nós vamos tentar trazer luz, jogar bastante luz sobre as coisas boas. Discutir também os problemas pelos quais o nosso país passa”.
Ao ser provocado por Luizianne sobre o fato da pandemia atual teve um diferencial fundamental que são as conexões digitais – “em outras pandemias nós não tínhamos a potência das novas tecnologias, uma avalanche de redes e plataformas digitais” – Goldberg comentou que a postagem é um clique, um enquadramento, como a fotografia, que congela o tempo. O problema, na sua avaliação, é ficar fixado só na postagem. “Hoje, é muito difícil em diferenciar a postagem da vida, ainda mais em tempos de pandemia. Tivemos uma aceleração do tempo em relação à tecnologia”, disse.
Em seus estudos, ele estabeleceu três categorias de quem lida com a tecnologia: alguns ficam muito pessimistas, que a tecnologia traz uma queda, até um pecado; alguns muito otimista, sem nenhuma pré-reflexão; e uma terceira categoria de viver e pensar a tecnologia como algo que não contém uma moral imanente, ela tem um mau uso e um bom uso. “Nenhuma pandemia se compara com a que tivemos agora, apesar da história ser uma história de pandemias. O diferencial da atual é a tecnologia”, complementou
Luizianne ressaltou ainda que o paradigma da atualidade foi e ainda é a Internet, que se popularizou em meados dos anos 1990. “A primeira experiência do Youtube foi em 2005. Então, é muito recente e não imaginamos viver sem Youtube hoje em dia. E daí se multiplicam os aplicativos, redes, os filtros. O excesso de filtros, por exemplo, pode ter por trás uma insegurança de como você encara o mundo e de que como este encara você”, afirmou.
A parlamentar informou que seu mandato está apresentando um PL na Câmara para que as escolas tenham uma disciplina obrigatória de leitura crítica das redes sociais e das mídias digitais, para que as pessoas entendam o que estar por trás e possam usar da melhor forma. Porque tem muita coisa boa, mas também tem muita coisa ruim. “Também não podemos ter uma dependência. Percebemos em especial nos nascidos na era digital que há muita ansiedade acarretado pela participação em uma multiplicidade de redes disponíveis”, disse.
Como uma homenagem a Belchior, Luizianne convidou também para estreia do seus programa a filha do cantor e compositor cearense, a cantora Vannick Belchior. Ela rememorou um dos aniversários de Fortaleza, na gestão de Luizianne prefeita, em 2007, quando Belchior, seu pai, fez um grande show. “Eu estava no camarim com ele e eu comecei a entender, ainda criança, que eu teria boa parte da minha vida na música. Meu pai pediu pra eu cantar pra ele, foi lindo”, contou. A deputada firmou que tem muito orgulho de dizer que aquele foi o último grande show de Belchior com presença de grande público. Depois, ele fez pequenos shows, mas já estava mais recluso. “Foi muito emocionante”.
Para Vannick, de fato, e com certeza. viver é melhor que postar. “Muito embora, hoje, sejamos um pouco reféns das redes sociais e das tecnologias porque elas são uma faca de dois gumes: elas aproximam quem está distante, auxiliam no conhecimento. Para quem tem acesso, é absolutamente formidável, ainda que, muitas vezes, ela nos tire do momento presente, que se a gente estive realmente vivendo seria muito melhor do que expor para as outras pessoas. Ainda sou à moda antiga, gosto de viver, de sentir de verdade”, enfatizou a cantora, que cantou ao vivo “Como os nossos pais”, para encerrar a estreia do Balanço na Rede.
Assista aqui o programa de estreia na íntegra. Se ainda não inscrito, inscreva-se no canal @luiziannelinsPT e ative o sininho para receber todas as notificações: