O Balanço na Rede, novo programa da deputada Luizianne Lins (PT/CE) no YouTube, teve seu segundo dia, 02/06, continuando a temática “Viver é melhor que postar”. “Nós estamos cutucando, aperreando o juízo de vocês, como se diz em bom ‘cearencês’, para que a gente tenha uma reflexão sobre vários pontos de vista em relação à questão da vida real, da vida vivida, como se diz na semiótica, e as postagens, ou seja, o universo digital. Entendendo que o digital já está na nossa vida, mas que a gente precisa cada vez mais refletir sobre isso para que a nossa vida não seja controlada pela tecnologia”, afirma.
Para a parlamentar, a tecnologia tem que ser usada em nosso favor, para que sejamos mais felizes, melhores como pessoas, para semear o universo de coisa boa, de esperança. “Então, se a tecnologia puder nos ajudar nisso, ela será muito bem vinda. Se for para nos escravizar e nos tornar menos do que nós podemos, aí a gente precisa ficar ligado, questionar, principalmente a juventude, os nascidos na Era Digital, sob a égide da Internet pairando sobre as suas vidas. É preciso equilibrar a vida digital com a vida real porque se não ficaremos consumidos somente pelo mundo das aparências, nos distanciando da realidade”.
O convidado do segundo dia foi Léo Suricate (Leonardo de Sousa), artista, produtor cultural, um dos criadores do canal Suricate Seboso na Internet e militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em Fortaleza. Também é criador dos projetos Vetinflix e Casa d´uz Vetin. Léo comentou sobre a evolução das juventudes da era da TV para a das mídias digitais, a partir de 2008/2009, principalmente. Também relatou sua atuação da militância do MTST e sua “difusa” atuação no mundo das mídias digitais.
Ainda assim, para Léo, com certeza, viver é melhor que postar. “Mas postar é importante porque precisamos disputar espaço. A gente tem que postar o que a gente vive. Entre o viver e o postar é preciso encontrar o meio do caminho porque temos que mostrar o que estamos vivendo”. Ele ressaltou o fato que de que a maioria das/os seguidores/as das páginas do Suricate Seboso na Internet são mulheres (68%) acima de 24 anos, muitas delas já mães. “Isso acontece porque nos comunicamos de uma forma até familiar com as pessoas, com o cuidado de não ser um humor depreciativo com alguém, com algum gênero, classe, sexualidade. Nosso jeito é pegar o melhor do povo, o jeito mesmo do povo ser”.
Neste sexta-feira, 03/06, o Balanço na Rede recebeu o ator-dançarino, músico, brincante e professor Antônio Nóbrega. Luizianne relembrou que, em 2008, quando era prefeita de Fortaleza, o multiartista pernambucano foi convidado para fechar o Carnaval de rua da capital cearense juntamente os maracatus, realizado pela gestão Fortaleza Bela.
Nóbrega, que está fazendo 50 anos de carreira, que iniciou com a parceria com o escritor e dramaturgo pernambucano Ariano Suassuna e o Movimento Armorial, nos anos 1970, fez um apanhado de sua história nas artes e, em especial, na cultura popular brasileira. Com formação inicial erudita – ele começou a tocar violino com oito anos de idade –, ele defende que não haja mais uma separação entre arte erudita e popular. “Nós temos que falar de uma arte, de uma cultura brasileira, criando um Brasil mais unido. É preciso dar a devida importância à representatividade da arte popular em nossa cultura.”.
Quanto ao seu posicionamento sobre a temática “Viver é melhor que postar”, Nóbrega afirma que é necessário equilibrar a vida real com o virtual. “Aos 70 anos, eu busco ver as coisas em equilíbrio. Temos a tendência a demonizar certas coisas, mas apenas o excesso deve ser evitado em detrimento do que não pode ser abafado. Não podemos nos deixar ser escravizados, ficarmos tensos, ansiosos demais. Eu tenho procurado me situar de forma equilibrada em relação às novas mídias, o que nem sempre é possível. Não podemos, é claro, negar os benefícios das novas tecnologias. Eu não sou um ignorante sobre o tema, mas também não sou um expert”.
Nóbrega também manifestou sua tristeza com os rumos que a cultura brasileira está levando no desgoverno Bolsonaro, que ele chama de “bruto” e “violento”, um cenário de completa destruição, na sua avaliação. Luizianne afirmou que juntamente com Bancada do PT está lutando na Câmara para derrubar os vetos de Bolsonaro às Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2, que destinará recursos aos/às trabalhadores da cultura ainda duramente afetados/as pela pandemia do coronavírus. “Quando falamos de Antônio Nóbrega, estamos também prestando nossa total solidariedade a quem faz cultura no Brasil, que está sendo destruída, inclusive com a extinção do Ministério da Cultura, pelo desgoverno das trevas de Bolsonaro”, assinalou.
Assista aqui o segundo e terceiro programas Balanço na Rede na íntegra. Se ainda não inscrito, inscreva-se no canal @luiziannelinsPT e ative o sininho para receber todas as notificações: