Luizianne ao Opera Mundi: o PT precisa ter candidatura própria ao Governo do Ceará para fazer a campanha de Lula

“Quero ser candidata a governadora para fazer a campanha do Lula no Ceará, que terá uma influência decisiva em quem vai ser o próximo governador do Estado”, afirmou a deputada federal Luizianne Lins (PT/CE), nesta quarta-feira, 16/02, em entrevista, ao vivo, ao jornalista Breno Altman, no Opera Mundi. Para a ex-prefeita de Fortaleza, é um erro histórico, tendo possibilidade de ter um governador do Ceará, o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT) no estado seguir apostando na aliança com a oligarquia Ferreira Gomes nas eleições de 2022.

“O PT Ceará está perdendo o timing da história. O Ceará tem problemas sérios, como na segurança pública. Tem a taxa de homicídios mais alta do país. Tem um problema gravíssimo no saneamento, na falta de água. Temos um estado que precisa manter um olhar petista, precisa do modo petista de governar”, destacou a deputada, assinalando que a figura de Ciro Gomes interfere diretamente na dificuldade da aliança entre PT e PDT no Ceará. “Uma coisa é o PDT, outra coisa é o PDT dos Ferreira Gomes, que já passaram por oito partidos. Portanto, não é a um projeto político partidário que a gente está se aliando. Eu lamento que tenhamos esse cenário no Ceará”.

Luizianne fez um apanhado de sua trajetória político-partidária, enfatizando as vitórias nas eleições de 2004 e 2008 para a Prefeitura de Fortaleza, quando foi eleita e reeleita, esta segunda vez em primeiro turno. “Em 2004, minha candidatura ganhou sozinha a Prefeitura de Fortaleza. Fui eleita pela solidariedade do povo. Em 2005, assumi com o sentimento de que tínhamos que dar certo. Fortaleza é uma cidade com 2,7 milhões em população (a quarta) e era a capital brasileira mais desigual do Brasil, ao ponto de receber o maior FPM do país, que combina IDH e índices econômicos. É uma cidade com extrema pobreza”, contou. “Eu, mulher, lôra, atrevida. Imagina chegar a ser prefeita. Foi um susto para a elite cearense”.

Indagada por Altman, a parlamentar petista fez uma avaliação sobre as vantagens da construção de uma federação partidária entre PT, PSB, PCdoB e PV. Segundo ela, do ponto de vista prático, o PT é o que menos precisa de uma federação partidária. É preciso saber que peso cada partido vai ter na federação. Quais critérios serão utilizados. “É preciso saber o grau de fraternidade. Afinal, será um casamento de quatro anos. Serão histórias, vaidades, lideranças diferenciadas. Não vai ser simples. Tudo que é para fortalecer a democracia é importante, mas é preciso tratar o PT como o maior partido de esquerda do Brasil e quiçá da América Latina. Será uma decisão histórica, mas mudará muito a forma como o PT se constrói como partido”, complementou.

Luizianne salientou que Lula, se eleito, vai pegar o Brasil em situação de terra arrasada. Portanto, na sua avaliação, a campanha de Lula este ano é com vistas a libertar o país das diversas crises: sanitária, política, econômica, social, cultural, geradas pelo atual presidente, Jair Bolsonaro. “Será a eleição das nossas vidas”, ressaltou.

“O que falta mais o Bolsonaro fazer para cair dos 25% de intenção de votos? A gente achava que ia ser ruim, mas não tanto. É uma extrema direita despreparada. Estamos vivendo uma situação de distopia profunda, a miséria, a violência em grau elevadíssimo porque o chefe da nação deixou isso acontecer”, afirmou ainda a deputada.

Para ela, agora, mais do que nunca, a pressão popular é capaz de mudar os rumos políticos do Brasil, principalmente com os veículos de comunicação de esquerda. “Eu acho que cada passo a ser dado, cada conquista, não pode ser por canetada presidencial, tem que ser por pressão da população. Tudo mundo na rua. É preciso ter jogo de cintura, correlação de forças, no Parlamento e na sociedade. No Ceará, o PT é maioria na sociedade civil. Não é uma equação fácil, mas é possível. É com o povo na rua mobilizado. Só esta é a linguagem que a burguesia entende”, afirmou.

A parlamentar disse também não ser aquela petista que se filiou ao PT apenas para ser candidata. “Entrei no PT após as eleições de 1989, com 19, 20 anos, depois da campanha do Lula. Foi uma paixão fulminante que eu tive pelo PT e sigo acreditando no PT, no potencial, no partido como ferramenta de luta de nós, socialistas radicais, que acreditamos em um mundo fraterno. Somos comunistas no sentido de acreditar em uma sociedade de igualdade e liberdade”.

Assista a entrevista na íntegra:

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