
Simone de Beauvoir (1908-1986), citada em questão sobre a luta feminista: contra a opressão de gênero
A deputada federal Luizianne Lins elogiou a escolha do tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”, na redação do Enem 2015, realizado no último fim de semana. Segundo Luizianne, que é relatora da Comissão Mista de Combate à Violência Contra a Mulher no Congresso Nacional, o tema e a citação a Simone de Beauvoir em uma questão sobre a luta feminista foram uma feliz decisão dos organizadores do exame por levar à reflexão de milhares de candidatos e candidatas o problema da opressão de gênero em nosso País.
“O tema de redação proposto pelo Enem foi uma grande conquista para todos/as que lutam, militam e sonham com o fim dessa chaga tão cruel em nossa sociedade. Avançamos sempre que inserimos no contexto da educação abordagens de prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher”, avaliou. “Sem dúvida, conquistamos mais um espaço de combate e de conscientização”.
Dados da Secretaria de políticas para as Mulheres mostram que o problema segue vitimando milhares de brasileiras reiteradamente. Das mulheres em situação de violência, 43% sofrem agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal. Apesar dos avanços da Lei Maria da Penha, o Brasil ainda contabiliza 4,4 assassinatos a cada 100 mil mulheres, número que nos coloca no 7º lugar no ranking internacional desse tipo de crime.
“Esses dados mostram os fortes traços do patriarcalismo que ainda persiste em nossa sociedade, além de uma cultura machista que cresce assustadoramente. Muito já avançamos, mas muito ainda temos que caminhar e lutar contra toda forma de opressão e violência contra as mulheres do nosso imenso Brasil”, avaliou Luizianne.
A deputada lembrou que, a um mês do Dia internacional de Enfrentamento a Violência contra a Mulher (25/11), a abordagem escolhida pelo Enem – que também contou com uma questão sobre a luta feminista e citação de Simone de Beauvoir – “reforça o significado da data e contribui para fomentar discussões que resultem em políticas públicas de enfrentamento à desigualdade de gênero”.