A deputada federal Luizianne Lins (PT/CE) debateu no seu programa Balanço na Rede, do último dia 15/06, “A volta do Brasil ao Mapa Mundial da Fome”. “É um debate muito urgente, emergencial, que não tem como não ver. Se você vive numa grande cidade, não precisa nem ser capital, estamos vendo e vivendo uma verdadeira distopia. Ao andar nas ruas, virou comum ver pessoas que pedindo ou vendendo alguma coisa porque realmente estão com fome”, afirmou a parlamentar.
Ela e Sara Goes mostraram com números e informações científicas porque o Brasil voltou ao Mapa Mundial Fome após o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff, situação agravada com o desgoverno Bolsonaro. A fome, explicou Luizianne, é um estado de privação alimentar no qual você não consegue estar saciado das suas necessidades nutricionais.
“Estamos vivendo um momento extremamente grave, extremamente crítico, no qual 33 milhões de brasileiros/os estão em estado de insegurança alimentar grave, ou seja, com fome. O Brasil voltou ao Mapa Mundial da Fome, do qual nós já havíamos saído durante os governos do ex-presidente Lula”, enfatizou a deputada. Um país entra nesse mapa quando pelo menos 5% de sua população vivem em situação de segurança alimentar. Atualmente, de acordo com dados divulgados recentemente pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), pelo menos 15% dos/as brasileiros/as estão passando fome, em 2022.
Luizianne assinala que não se pode considerar a fome como uma situação natural. “Ela não existe porque Deus quer, Ele não quer isso pra ninguém. A fome existe por causa de problemas estruturais, falta de políticas públicas e de distribuição de alimentos. É muito triste, o que há de pior na vida é ver um/a filho/a sem ter o que comer”.
A parlamentar e ex-prefeita de Fortaleza destacou ainda a política que sua gestão na capital cearense adotou na merenda escolar. Nas creches em tempo integral, por exemplo, as crianças tinham até cinco refeições por dia. Eram refeições nutritivas, com acompanhamento nutricional, cardápio variado, com frutas e verduras frescas, “e não apenas para enganar a barriga das crianças”. “É uma política pública que dá trabalho, é invisível, mas eu a priorizei”, disse Luizianne. À época, Fortaleza foi considerada a capital com a melhor merenda escolar do Brasil. A ex-prefeita também lembrou que sua gestão incentivou 2 mil cozinhas populares em diversos bairros da cidade, para fazer e distribuir comida a preços simbólicos.
O Balanço na Rede trouxe como convidado o ativista do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no Ceará, Sérgio Farias, para falar sobre a luta contra a fome no estado. “Atualmente, nós estamos criando as cozinhas solidárias e os governos estadual e municipais têm a obrigação de investir para matar a fome do povo. É preciso haver uma inversão de prioridades”, assinalou.
Assista o programa na íntegra: