A deputada Luizianne Lins (PT/CE) solicitou formalmente informações para saber qual relação foi estabelecida entre a empresa privada Netflix, produtora do seriado “O Mecanismo”, e as instituições federais responsáveis pelos aeroportos brasileiros. Requerimentos foram enviados para o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e Ministério da Defesa.

A série, que apresenta uma versão distorcida sobre a Operação Lava Jato, inclusive atribuindo frases de golpistas a lideranças populares, teve amplo investimento da empresa Netflix em sua divulgação. Além disso, espaços públicos, em especial os aeroportos brasileiros, foram usados para divulgar a série.

O questionamento principal lançado pela deputada é: Teria o governo Temer facilitado a divulgação da série fake? Travestida de uma produção que defende o discurso de combate à corrupção, na verdade a obra se trata de uma peça publicitária, previamente encomendada e com objetivos específicos, que são principalmente desgastar a imagem dos ex-presidentes Lula e Dilma.

“O diretor da série já havia assumido posições políticas de direita anteriormente, mas, pela primeira vez, rebaixou-se à condição de produtor de fake news maqueadas de ficção baseada em fatos”, explica Luizianne.

A deputada lembra ainda que o seriado marcou a adesão da mega empresa americana Netflix à trama entre meios de comunicação que dão sustentação ao golpe no Brasil, o que gerou revolta e cancelamentos de assinaturas.

As solicitações baseiam-se no artigo 50, parágrafo 2°, da Constituição Federal, combinado com os artigos 115 e 116, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Dentre os questionamentos apresentados por Luizianne estão: “Em que pilar conceitual do Consórcio Inframérica se encaixava tais lojas?” e “Foi permitido aos inquilinos do contrato a publicidade do tema em questão?”.