A característica do território cearense é de clima árido, deficiência hídrica, pobre em matéria orgânica e desertificação. De acordo com a Funceme, 10,2% do solo se encontram em avançado estado de degradação, compreendendo as regiões de Irauçuba, Inhamuns, Sertão de Crateús e Médio Jaguaribe. A média de precipitações em nosso Estado nos últimos 22 anos foi de 805 milímetros, sendo que desde 2012 as chuvas ficaram aquém dessa média, indicando estiagem e seca por cinco anos seguidos, prejudicando a agricultura e requerendo um maior esforço público para minorar os efeitos da falta d’água junto aos agricultores de subsistência e familiares.
Por que a fruticultura para exportação sofre menos com as secas? Por que os perímetros irrigados não são expandidos? O volume atual de nossas 12 bacias hidrográficas chegou a 7,7% de armazenamento de água. Historicamente, o índice mais baixo; aumentando a população em estado de calamidade e engrossando as fileiras dos municípios que necessitam de obras e serviços emergenciais e estratégicos. Por que não abandonamos as arcaicas termoelétricas que consomem 760 litros de água por segundo?
A transposição das águas do São Francisco se tornou realidade no governo do Presidente Lula, que reduziu a miséria, acabou com a fome e redistribuiu renda. Esperada há meio século, é a maior obra de transferência hídrica do País. É a democratização da água, e não há motivo para a paralisação da obra por parte do governo atual, sobretudo quando mais de 87% da obra foi concluída por Lula e Dilma e vai beneficiar 390 municípios do CE, RN, PB e PE.
Conscientização, ações cotidianas de convivência com as secas e um aproveitamento da transposição, abastecendo reservatórios existentes, melhorará a dura vida de nossa gente, reduzirá as migrações, evitará o racionamento e o colapso do abastecimento.
Luizianne Lins – Jornalista e deputada federal (PT-CE)
Artigo publicado originalmente no jornal Diário do Nordeste, dia 30/11/2016: http://migre.me/vCD7R