A maioria silenciosa americana elegeu Donald Trump o 45º Presidente Americano. Dono de uma fortuna herdada, o bilionário se destaca no ramo de hotéis e resorts. Pretenciosamente, ensina o americano comum a arte de fazer dinheiro em seus livros… “A arte da negociação” e “Como ficar rico”, esquecendo obviamente que o pré-requesito fundamental para ser rico é reproduzir de forma ampliada o capital, opção inacessível ao trabalhador. O que esperar de uma gestão empresarial na Casa Branca? Os EUA estão prontos para se transformar numa imobiliária?
Suas declarações desastrosas não se restringem a recente campanha. Em 2013 questionou a cidadania de Obama, na campanha insinuou que Hilary participou de um debate sob efeitos de drogas. Demonstra ignorância científica por não reconhecer o aquecimento global e quer construir um muro na fronteira com México, desconhecendo, com discurso anti-imigração, que os americanos são considerados os melhores anfitriões mundiais. O desrespeito ao povo mexicano…, “que só envia droga e estupradores pros EUA”…, beira a irracionalidade visto que a mão-de-obra do NATFA explorada por EUA e Canadá, é mexicana. Os americanos estão prontos para serem explorados no subemprego?
Há quem diga que a vitória de Trump é o ápice da mediocridade e que o nacionalismo exagerado com traços de racismo, misogia, lgbtfobia, bélico e xenófobo é mais que um triunfo da direita conservadora. O que aconteceu na Europa e na América Latina agora chega ao centro do poder, aliás a história se repete enquanto tragédia, esse filme é reprise, quem não lembra de outro ator presidente, Ronald Reagen. Reagen, ansioso em impulsionar a indústria de armamentos, sugeriu que a ficção de guerra nas estrelas pudesse ser real.
A linha sucessória de Obama pode estar pagando caro pela crise mundial que retirou 9 milhões de empregos dos americanos, o eleitor de Trump se deixou levar por soluções simplistas de políticas baseadas em preconceitos e diagnósticos equivocados. Um conjunto de posições superficiais que quer resolver os problemas banindo os mulçumanos e taxando os produtos chineses em 40%. O trocadilho apregoado de que 9/11 nos EUA e assemelha ao 11/09 não deveria ser levado na brincadeira, o amanhã não será o mesmo.
Luizianne Lins
Deputada Federal